
Fui hoje à Praça do Patriarca, endereço da Prefeitura de São Paulo, acompanhar uma manifestação. Desde o começo desta semana, alguns moradores da ocupação na avenida Prestes Maia (quem nunca ouviu falar, dá um google aí, pô - é a maior da América Latina) estão acampados em frente ao prédio da Prefeitura. Eles querem saber pra onde vão caso se cumpra a ordem de despejo que já foi concedida e deve ser executada até o dia 4 de março, sem garantias de não-truculência.
Tinha um povo jogando capoeira, uma senhora cantou (lindamente, por sinal) o canto das três raças da Clara Nunes, algumas pessoas falaram... no meio da coisa toda chegou um helicóptero e pousou na cobertura da Prefeitura. Fortemente ovacionado pelos presentes, he... Não sei se era o Prefeito, mas caiu como uma luva.
O Tião - um cara muito bacana que já viveu na rua e apóia esse movimento - tava lá e falou um negócio no microfone que talvez a gente veja acontecer. Foi mais ou menos assim: "aproveita, seu Prefeito, que daqui a pouco nós não vamos mais invadir prédio velho, não... vamos é invadir mansão, casona, Prefeitura, e quem vai ser despejado é o prefeito."
Saí de lá pensando, e depois de nem dez minutos caiu o maior toró. Fiquei imaginando as barracas, tudo ensopado... Parei numa marquise esperando a chuva aliviar e senti uma sincera (e um pouco culpada) alegria por ter a minha casa seca pra eu voltar e tomar um banho quente. Pois é - isso é luxo num país em que não se cumpre a Constituição e cuja maior cidade tem por prefeito um cara que é corretor de imóveis (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gilberto_Kassab).
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